Na sociedade atual, a ideia de que o ser humano precisa ser autossuficiente tornou-se um mantra. Ser capaz de resolver tudo sozinho é visto como sinônimo de sucesso, maturidade e força. No entanto, essa mentalidade tem gerado um efeito colateral perigoso: cansaço emocional, solidão espiritual e uma constante sensação de insuficiência.
A música “Salmo 23 – O Senhor é Meu Pastor”, de Nadia & Eu, revisita um dos textos mais reconfortantes das Escrituras e nos convida a refletir sobre esse dilema moderno. A letra não apenas reafirma a confiança em Deus, mas desmonta a ilusão de que precisamos enfrentar a vida sozinhos: “Mesmo no vale escuro onde a morte assombra a fé, não temerei o mal, pois Tu comigo estás de pé”.
Aqui está o ponto central: depender de Deus não é sinal de fraqueza, mas de coragem. O verdadeiro ato de sabedoria está em reconhecer nossos limites e entregar o controle Àquele que é fonte de provisão e cuidado. É Ele quem prepara a mesa em meio às batalhas, quem guia por veredas de justiça e quem oferece descanso em verdes pastos.
Enquanto o mundo insiste em exaltar a autossuficiência, a mensagem do Salmo 23 ecoa como contraponto libertador: a paz não está em carregar sozinho o peso da vida, mas em confiar no Pastor que nunca abandona Suas ovelhas. Admitir que precisamos de Deus não nos diminui; pelo contrário, nos torna mais humanos, mais inteiros e mais fortes.
“O Senhor é meu pastor, nada me faltará.” Mais do que um verso, essa declaração é uma escolha diária de confiança — e talvez seja justamente essa rendição que falta ao homem contemporâneo para reencontrar o equilíbrio entre esforço e descanso, entre coragem e dependência, entre a busca de autonomia e a entrega à graça.